sexta-feira, 26 de outubro de 2012

William Lane Craig no Brasil


Extraído do site da editora vida nova.

Boletim informativo de William Lane Craig

Boletim informativo de William Lane Craig
Boletim informativo de William Lane Craig, abril de 2012
Detalhes da viagem ao Brasil

Jan e eu  fizemos uma viagem ao Brasil em março, nossa primeira viagem internacional neste ano. Com a emergência do Brasil, no século XXI, como uma das grandes potências econômicas mundiais, e com o rápido crescimento da igreja cristã no Brasil, esta nação está preparada para causar um impacto mundial pelo Evangelho durante este século. Infelizmente, o evangelicalismo brasileiro, muito comumente, é por demais emotivo, centrado em personalidade e anti-intelectual, o que produz um grande número de desvios e faz com que a igreja penda para o evangelho da prosperidade, a heterodoxia e, às vezes, até o sincretismo, misturando espiritismo com cristianismo. A igreja brasileira precisa, desesperadamente, de ensino da sã doutrina e de apologética, se quiser concretizar seu potencial para
o Reino.
Aqui entra Vida Nova, a patrocinadora de nossa viagem. Vida Nova é uma editora visionária, que está comprometida em trazer o melhor conteúdo de teologia e apologética para a igreja brasileira. Até agora, publicaram cinco de meus livros, e fizeram o lançamento de Apologética contemporânea [tradução de Reasonable Faith, 3.ed.] durante nossa viagem. Um de seus jovens editores, Djair, serviu como organizador da viagem, tradutor e fiel guia em toda a visita. Sinto-me muito privilegiado por ter uma pequena participação, junto a Vida Nova, na capacitação da igreja brasileira para o ministério!
 Nossa viagem começou com uma situação séria. No começo do dia de nossa viagem, Jan me surpreendeu dizendo: “Precisamos orar mais por essa viagem”. Naquela noite, duas horas depois de termos iniciado o voo, quando estávamos para cruzar o Caribe, o piloto anunciou: “Senhoras e senhores, tenho boas e más notícias. A má notícia é que temos uma falha mecânica que nos obrigará a voltar para Atlanta. O freio antiderrapante do avião não está funcionando corretamente. A boa notícia é que o aeroporto de Atlanta tem longas pistas de pouso!”. Que ótimo! Ele explicou que, ao inverter a direção das turbinas, após a aterrissagem, seria possível parar o avião. Alguns minutos depois, ele anunciou: “Senhoras e senhores, não se assustem se vocês virem o escorrimento de líquido nas pontas das asas do avião. Estamos despejando combustível para deixá-lo o mais leve possível para o pouso”. Quando chegamos a Atlanta, ele voou ao redor da cidade várias vezes, a fim de queimar o máximo de combustível possível antes de pousar. Ele conseguiu fazer um pouso bem suave, e dentro de uma hora fomos transferidos para outro avião e decolamos para São Paulo (com suas curtas pistas de pouso!). Aparentemente, o Senhor ainda tem planos para nós aqui nesta Terra.
Em São Paulo, duas participações em nível universitário marcaram o começo e o fim de nossa série de palestras: a primeira na Faculdade e Mosteiro de São Bento (fundado em 1598), e a última na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Os monges do São Bento realmente nos estenderam o tapete vermelho e fizeram ótimo trabalho de divulgação na comunidade católica. Naquela noite, o grande auditório do São Bento estava lotado, com pessoas em pé nos corredores laterais, nos fundos, e pessoas sentadas no corredor central. Descrevi a renascença da filosofia cristã no mundo anglófono, algo que ainda está por chegar ao Brasil, cujos departamentos de filosofia são, aparentemente, dominados pela filosofia francesa e pelo marxismo. 
 Após minha palestra, um estudante de outra universidade me escreveu uma carta em que compartilhou o seguinte:
Meu nome é ________, tenho 21 anos e sou estudante de filosofia (terminei meu bacharelado no ano passado, e estou me graduando neste ano na melhor universidade da América do Sul), e sou professor de filosofia para estudantes do ensino médio em uma escola pública aqui em São Paulo.
Infelizmente, como alguém lhe informou corretamente e foi mencionado por você na palestra no São Bento, a filosofia da religião, especialmente a questão da existência de Deus, não é discutida nos departamentos de filosofia de nenhuma de nossas universidades. Ano passado tentei propor algo como um debate ou palestra sobre o assunto em minha universidade, e meus professores responderam que essa questão ‘não tem importância’ (?!), debates como esse seriam ‘inúteis’ (?!?!), pois a questão ‘já está resolvida’ (?!?!?!). Após esse episódio, eu me perguntei: “como uma questão tão significativa não tem importância?”. É uma questão que praticamente todos os filósofos tentaram responder. Mesmo que a questão não pudesse ser solucionada, debates sobre o assunto não são inúteis, eles são, no mínimo, uma grande oportunidade de aprender sobre lógica, ética e epistemologia, por exemplo. E, por fim, se a questão já está resolvida, qual é a resposta?
Minha palestra foi eletrizante para os crentes que estão cercados, lutando em um ambiente tão hostil. Um estudante de filosofia na Faculdade de São Bento me disse que, no dia seguinte à minha palestra, seus professores estavam todos entusiasmados em fazer apologética cristã e filosofia da religião! A Faculdade até me pediu permissão para publicar minha palestra em português, em seu periódico acadêmico. A palestra foi não somente um incentivo aos cristãos evangélicos, mas também serviu para expandir as relações de Vida Nova com a comunidade católica, o que pode ter implicações ainda mais amplas.
Minha palestra no Mackenzie foi uma defesa da verdade objetiva sobre Deus contra certos desafios do pensamento moderno e pós-moderno. O chanceler e o reitor da universidade estavam lá para dar início ao evento, que começou com todos cantando o Hino Nacional! Quinhentas pessoas participaram da palestra e outras duas mil assistiam pela internet. Foi uma noite maravilhosa e encorajadora!
No período entre esses dois eventos, Vida Nova organizou duas conferências em que palestrei. A primeira foi no Congresso Brasileiro de Teologia Vida Nova para teólogos e seminaristas. Aproximadamente quatrocentas e cinquenta pessoas participaram desse congresso, em que falei, em quatro oportunidades, sobre vários tópicos relacionados à defesa da fé cristã. A segunda conferência foi no Rio de Janeiro; supostamente, era uma conferência para pastores, mas, pelo que se via, poderia ser uma conferência para jovens! Foi muito encorajador ver todos aqueles jovens, homens e mulheres em seus vinte e poucos anos, tão entusiasmados com sua fé e desejosos de aprender mais.
Outro evento foi uma palestra com sessão de autógrafos, por ocasião do lançamento de Apologética contemporânea, em uma enorme livraria em São Paulo (FNAC). O público se espalhou para além da sala, à medida que as pessoas chegavam para ouvir o resumo de minha defesa da fé cristã, seguido por um período de perguntas e respostas. Que local importante para dar testemunho público de Cristo!
Durante toda a semana, ocorreram entrevistas, arranjadas por Vida Nova, com vários meios de comunicação importantes, incluindo a revista semanal mais popular do Brasil. Nossos amigos de fala portuguesa podem ler essas entrevistas aqui. Boa parte de minhas palestras foi filmada e, depois de serem editadas, estarão disponíveis no YouTube.

Por Cristo e Seu Reino,

Bill & Jan
Tradução: Caio Peres

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

POR QUE NÃO VEMOS MILAGRES BÍBLICOS NOS DIAS DE HOJE?


Atualmente muitas pessoas possuem uma visão provinciana da história e da experiência humana. "Se eu não vir certos fatos acontecendo hoje", pensam elas, "é porque eles provavelmente nunca aconteceram". É óbvia a implicação disso para os milagres, a saber: "Se não existem milagres públicos e da mesma qualidade dos milagres bíblicos acontecendo hoje (e que, se estivessem acontecendo, seriam mostrados no Jornal Nacional), então por que eu deveria acreditar que aconteceram no passado?". É um questionamento bastante justo.
Contudo, existe um conceito errado muito comum por trás dessa questão. É a crença de que a Bíblia está cheia de milagres que aconteceram continuamente por toda a história bíblica. Isso é apenas parcialmente verdadeiro. É verdade que a Bíblia está cheia de milagres, acontecidos em cerca de 250 ocasiões diferentes.[1] Mas a maioria desses milagres aconteceu em janelas históricas muito pequenas, durante três períodos distintos: durante a vida de Moisés, Elias e Eliseu, de Jesus e dos apóstolos. Por quê? Porque aqueles foram momentos quando Deus estava confirmando uma nova verdade (revelação) e novos mensageiros que portavam aquela verdade. [2]
Se a maioria dos milagres está concentrado ali, o que está acontecendo em termos de milagres durante os outros períodos que a Bíblia abrange? Nada. De fato, existem grandes espaços do período bíblico (até mesmo centenas de anos) em que não há registro de milagres vindos de Deus. Por quê? Porque não havia nenhuma palavra nova vinda de Deus, e a maioria dos milagres confirmava alguma nova palavra vinda de Deus.
Sendo assim, por que não vemos milagres bíblicos hoje? Porque se a Bíblia é verdadeira e completa, Deus não está confirmando nenhuma nova revelação e, assim, não tem o propósito principal de executar milagres hoje. Não há uma nova palavra vinda de Deus que precise ser confirmada por Deus.
Agora, não nos interprete mal aqui. Nós não estamos dizendo que Deus não pode realizar milagres hoje ou que ele nunca possa fazê-la. Como soberano Criador e sustentador do Universo, ele pode realizar um milagre em qualquer momento que desejar. A questão é que simplesmente pode não ter uma razão para mostrar publicamente o seu poder como fazia durante os tempos bíblicos porque todas as verdades que ele queria revelar já foram reveladas e confirmadas. Tal como uma casa, a fundação só precisa ser construída uma única vez. Os milagres bíblicos foram atos especiais de Deus que lançaram o fundamento de sua revelação permanente para a humanidade.




[1] Em algumas dessas ocasiões, foram realizados múltiplos milagres. Lê-se, por exemplo, que Jesus curou "muitos" diversas vezes, normalmente pessoas da cidade que estavam à volta (e.g., Mc 1.34; 3.10; 6.56; Lc 5.15; 6.18; 9.11). Os apóstolos realizaram vários milagres em uma única ocasião também (At 5.16; 8.7; 19.11,12).
[2] Teologicamente, os três grandes períodos de milagres tiveram certas coisas em comum. Moisés precisou de milagres para libertar Israel e sustentar um grande número de pessoas no deserto (Êx 4.8). Elias e Eliseu realizaram milagres para libertar Israel da idolatria (v. 1Rs 18). Jesus e os apóstolos fizeram milagres para confirmar o estabelecimento da nova aliança e sua oferta de libertação do pecado (Hb 2.3,4).


Extraído do Livro:
Não tenho fé suficiente para ser ateu
Norman Geisler & Frank Turek 

 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O vazio do nosso coração

Todos nós em determinados momentos de nossas vidas, percebemos em nosso interior uma mistura de sentimentos, que por muitas vezes não sabemos definir o que é.
Sentimos uma mistura de tristeza, solidão, angustia e saudade. Em momentos como estes percebemos que algo está nos faltando.
Algumas vezes procuramos nos satisfazer com diversas atividades, viajar, jogar futebol, jogar vídeo-game, praticar um Paintball, sair com os amigos, freqüentar baladas, passear no shopping, ir ao cinema ou alugar “200” filmes para assistir no final de semana, alguns vão mais além, e acabam tentando preencher este vazio, com bebidas e drogas.
 Alguns acreditam que se conseguirem aquela “tão esperada promoção” se sentirão satisfeitos, outros acham que se passarem “naquele” concurso público que trará grandes benefícios e estabilidade, outros ainda acreditam que serão completamente realizados se encontrarem a pessoa ideal para sua vida.
Mas, com o passar do tempo, mesmo diante das grandes conquistas e realizações, percebemos que todas estas coisas, por mais prazerosas e marcantes que sejam não são suficientes para preencher este vazio.
Diante disso me lembro da frase do grande pensador CS. Lewis que diz: Eu descobri em mim mesmo desejos os quais nada nesta Terra pode satisfazer. A única explicação lógica é que eu fui feito para outro mundo.
Temos dentro de nós um vazio que produz diversos sentimentos e desejos e nada nesta terra pode satisfazer, porque este vazio tem o tamanho de “Deus” e apenas ele pode preencher.
Glésio Chaves Gomes

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Algumas considerações sobre verdade


A verdade é descoberta, e não inventada. Ela existe independentemente do conhecimento que uma pessoa tenha dela (a lei da gravidade existia antes de Newton).

A verdade é transcultural. Se alguma coisa é verdadeira, então ela é verdadeira para todas as pessoas, em todos os lugares, em todas as épocas (2 + 2 = 4 para todo o mundo, em todo lugar, o tempo todo).

A verdade é imutável, embora as nossas crenças sobre a verdade possam mudar (quando começamos a acreditar que a Terra era redonda, em vez de plana, a verdade sobre a Terra não mudou; o que mudou foi nossa crença sobre a forma da Terra).

As crenças não podem mudar um fato, não importa com que seriedade elas sejam esposadas (alguém pode sinceramente acreditar que o mundo é plano, mas isso faz apenas a pessoa estar sinceramente errada).

A verdade não é afetada pela atitude de quem a professa (uma pessoa arrogante não torna falsa a verdade que ela professa. Uma pessoa humilde não faz o erro que ela professa transformar-se em verdade).

Todas as verdades são verdades absolutas. Até mesmo as verdades que parecem ser relativas são realmente absolutas (e.g., a afirmação "Eu, Frank Tutek, senti calor no dia 20 de novembro de 2003" aparentemente é uma verdade relativa, mas é realmente absoluta para todo o mundo, em todos os lugares, que Frank Turek teve a sensação de calor naquele dia).

Em resumo, é possível haver crenças contrárias, mas verdades contrárias é uma coisa impossível de existir. Podemos acreditar que uma coisa é verdade, mas não podemos fazer tudo ser verdade.

Extraído do livro: Não tenho fé suficiente para ser ateu. Norman Geisler e Frank Turek, Pag. 26, Ed. Vida)

EXISTEM EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS PARA A RESSURREIÇÃO DE JESUS?

UM DEBATE ENTRE WILLIAM LANE CRAIG E BART D. EHRMAN

WILLIAM L. CRAIG: Por agora, eu quero esboçar brevemente como o argumento histórico para a ressurreição de Jesus se apresenta. Ao construir uma argumentação para a ressurreição de Jesus, é importante fazer uma distinção entre evidência e a melhor explicação para a evidência. Esta distinção é importante, pois na argumentação em questão a evidência é relativamente não-controversa. Como veremos, a evidência é aceita pela maioria dos estudiosos. Por outro lado, a explicação para a evidência é controversa. Que a ressurreição é a melhor explicação para a evidência é uma questão controversa. Embora Dr. Ehrman diga que não possa existir qualquer evidência histórica para a ressurreição, veremos que o que ele realmente quer dizer com suas palavras é que a ressurreição não pode ser a melhor explicação para a evidência, não que não exista evidência.
Prossigo, então, para meu primeiro ponto, a saber:
(I) Existem quatro fatos históricos que precisam ser explicados por alguma hipótese histórica adequada:
- O sepultamento de Jesus.
- A descoberta de seu túmulo vazio.
- Suas aparições post-mortem.
- A origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.
Agora, vamos analisar este primeiro ponto mais de perto. Eu quero compartilhar quatro fatos que são largamente aceitos pelos historiadores atualmente.
Fato #1: Após sua crucificação Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. Os historiadores sustentam este fato baseando-se em evidencias como:
1. O sepultamento de Jesus é atestado multiplamente por fontes primitivas independentes – Nós temos quatro biografias de Jesus, por Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo Testamento juntamente com várias cartas do apóstolo Paulo. O relato do sepultamento é uma parte do relato de Marcos sobre a história do sofrimento e morte de Jesus. Trata-se de uma fonte muito próxima aos acontecimentos que provavelmente é baseada no testemunho de um observador dos eventos e que, sobre a qual, o comentarista Rudolf Pesch data para algum momento entre sete anos após a crucificação. Além disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para o sepultamento de Jesus que a maioria dos estudiosos data para algum momento entre cinco anos após a crucificação de Jesus. Testemunhos independentes sobre o sepultamento de Jesus por José de Arimatéia são também fundamentados nas fontes por trás de Mateus e Lucas e o evangelho de João, para não citar o evangelho apócrifo de Pedro. Assim, nós temos pelo menos cinco notáveis fontes independentes sobre o sepultamento de Jesus, algumas extremamente próximas ao evento da crucificação.
2. Como um membro do Sinédrio Judaico que condenou Jesus, José de Arimatéia provavelmente não é uma invenção cristã – Existia uma hostilidade compreensível no início na igreja em relação aos líderes judeus. Aos olhos dos cristãos, eles planejaram a condenação judicial de Jesus. Assim, de acordo com o estudioso do Novo Testamento Raymond Brown, o sepultamento de Jesus por José é “muito provável”, uma vez que é “quase inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história sobre um membro do Sinédrio Judaico que fez um bem a Jesus .
Por estas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento concordam que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. De acordo com John A. T. Robinson da Cambridge University, o sepultamento de Jesus em sua tumba é “um dos mais antigos e melhor-atestados fatos sobre Jesus” .
Fato #2: No domingo após a crucificação, a tumba de Jesus foi encontrada vazia por um grupo de seguidoras de Jesus. Entre as razões que levaram a maioria dos estudiosos a esta conclusão estão:
1. A tumba vazia também é atestada multiplamente por fontes antigas independentes – A fonte de Marcos não terminou com o sepultamento, mas com a história da tumba vazia, que está ligada à história do sepultamento verbal e gramaticalmente. Além disso, Mateus e João contêm fontes independentes sobre a tumba vazia; esta história também é mencionada nos sermões nos Atos dos Apóstolos (2.29; 13.36); e esta é implícita por Paulo em sua primeira carta à igreja de Corinto (I Co. 15.4). Assim, novamente nós temos múltiplas fontes antigas atestando o fato da tumba vazia.
2. A tumba foi descoberta vazia por mulheres – Na sociedade judaica patriarcal o testemunho de mulheres não possuía consideração. De fato, o historiador judeu Josefo disse que não era permitido às mulheres servirem como testemunhas em um tribunal judaico. À luz deste fato, quão extraordinário é o fato de terem sido mulheres quem descobriram a tumba vazia de Jesus. Qualquer invenção posterior certamente colocaria discípulos homens como Pedro e João como descobridores da tumba vazia. O fato de terem sido mulheres, mais do que homens, que descobriram a tumba vazia, é melhor explicado pelo fato de que elas eram as principais testemunhas para o fato da tumba vazia, e os escritores dos evangelhos sinceramente relataram isto, para eles, a descoberta da tumba pelas mulheres foi um fato incomodo e embaraçoso.
Eu poderia continuar, mas eu acho que foi dito o suficiente para indicar porque, nas palavras de Jacob Kremer, um especialista austríaco sobre a ressurreição, “a confiabilidade das narrativas bíblicas em relação à tumba vazia é sustentada firmemente pela grande maioria dos exegetas” .
Fato #3: Em diferentes ocasiões e sobre várias circunstâncias diferentes indivíduos e grupos de pessoas experimentaram aparências de Jesus ressuscitado da morte. Este é um fato que é virtualmente reconhecido universalmente pelos estudiosos, pelas seguintes razões:
1. A lista de Paulo das testemunhas oculares das aparições do Jesus ressurreto garante que tais aparições ocorreram – Paulo nos diz que Jesus apareceu para seu principal discípulo Pedro, então para o grupo dos apóstolos conhecido como “os doze”; então depois ele apareceu para um grupo de 500 discípulos de uma só vez, então para seu irmão mais novo Tiago, que até então era aparentemente um descrente, então para os discípulos. Finalmente, Paulo acrescenta, “ele apareceu também a mim”, quando Paulo era ainda um perseguidor de cristãos (I Co 15.5-8). Dado o momento no qual Paulo escreveu tais informações, bem como sua familiaridade com as pessoas envolvidas, estas aparições não podem ser desconsideradas como simples lendas.
2. Os relatos das aparições nos evangelhos provêm múltiplas e independentes atestações das aparições – Por exemplo, a aparição a Pedro é atestada por Lucas e Paulo; a aparição aos “doze” é atestada por Lucas, João e Paulo; e a aparição para as mulheres é atestada por Mateus e João. As narrativas das aparições alcançam tantas fontes independentes que não se pode racionalmente negar que os primeiros discípulos tiveram tais experiências. Assim, até mesmo o crítico cético do Novo Testamento Gerd Lüdemann conclui, “Pode ser tomado como historicamente certo que Pedro e os discípulos tiveram experiências após a morte de Jesus nas quais Jesus apareceu a eles como Cristo ressurreto” .
Finalmente,
Fato #4: Os discípulos de repente e sinceramente começaram a acreditar que Jesus havia ressuscitado dos mortos não obstante suas muitas predisposições para o contrário. Pense na situação que os discípulos encararam após a crucificação de Jesus:
1. Seu líder estava morto – E as expectativas judaicas messiânicas não continham a idéia de um Messias que, ao invés de triunfar sobre os inimigos de Israel, seria vergonhosamente executado pelos seus inimigos como um criminoso.
2. Crenças judaicas sobre o além-vida excluíam a possibilidade de qualquer pessoa ressuscitando da morte para a glória e imortalidade antes da ressurreição geral da morte no fim do mundo – Todavia, os discípulos repentinamente começaram a crer tão fortemente que Deus ressuscitou Jesus de dentre os mortos que eles se dispuseram a morrer pela verdade desta crença. Mas então surge a questão óbvia: O que no mundo fez-los acreditar em algo tão antijudeu e estranho? Luke Johnson, um estudioso do Novo Testamento na Emory University, comenta, “Alguma espécie de experiência poderosa e transformativa é necessária para gerar o tipo de movimento como o do cristianismo primitivo” . E também N. T. Wright, um eminente estudioso britânico, conclui, “Esta é a razão porque, como um historiador, eu não consigo explicar o surgimento do cristianismo primitivo a não ser por Jesus ressuscitando, deixando uma tumba vazia para trás” .
Em resumo, existem quatro fatos que são reconhecidos pela maioria dos estudiosos: o sepultamento de Jesus, a descoberta do túmulo vazio, suas aparições post-mortem, e a origem da crença dos discípulos em sua ressurreição.

O problema do mal – Parte 1